Qual será o destino do PT de Catalão?

 Qual será o destino do PT catalano após a decisão do Juiz da 8ª Zona Eleitoral? Estará o partido fadado ao fim em Catalão? Seu destino será manter-se pequeno em nossa cidade? E as mais de 400 pessoas que se filiaram recentemente ao partido, para onde irão? São várias as questões, e como neo-petista me sinto na obrigação de contribuir com o debate de para onde caminhará o PT de Catalão a partir de hoje.

O PT em nossa cidade nunca foi um dos grandes partidos, embora tenha lançado candidato a prefeito em mais de uma ocasião a receptividade às candidaturas não era transferida ao partido, fato constatado pela incapacidade de eleger vereadores, termômetro da popularidade e alcance das propostas de qualquer partido entre a população de um município. Mesmo com campanhas majoritárias o PT permanecia pequeno, espremido como todos os demais partidos da cidade na briga política entre PMDB e PFL (e depois PSDB) e mesmo assim foi a minha escolha de partido para tocar um projeto de maior envolvimento com a vida política do município.

E por que o PT? Embora já filiado em outro partido e tivesse familiaridade ideológica com o Psol optei pelo PT pelo simples fato de me incomodar que o maior partido político do País fosse tão acanhado em Catalão. Ora, por todo o histórico do PT a nível nacional, pelo Governo que fez Lula e que vem fazendo Dilma (excetuando o tratamento aos servidores públicos federais) e pelas verbas federais investidas em nossa cidade o PT de Catalão não poderia continuar pequeno, esse partido tinha que crescer e deixar de ser coadjuvante (ou nota de rodapé) no processo eleitoral em Catalão. E os passos para esse processo foram sendo dados: filiação de várias pessoas, lideranças políticas e ex-vereadores, gente para ser candidato nas eleições deste ano e com disposição de qualificar o partido. E assim o PT foi caminhando, em passos largos para o crescimento do partido...

Mas eis que quando tudo caminhava bem surge uma discórdia interna que não conseguiu ser resolvida sem deixar arestas, o que levou a divisão do partido em dois grupos: um que defendia o crescimento imediato, através da candidatura própria a Prefeitura e outro que defendia um crescimento mais lento, através da ampliação da aliança local com o PMDB e foco na eleição de membros do legislativo. Infelizmente a disputa entre os dois grupos aparentemente caminha para um desfecho que não é bom para ninguém: a ausência do PT no pleito municipal deste ano em Catalão.

Desta forma não existirão ganhadores na contenda e quem perde é a população, que não terá opção de votar em candidatos do PT, seja em chapa majoritária ou proporcional, perde também o SIMECAT, que poderá ficar sem a cadeira na Câmara para o representante do importante segmento dos trabalhadores metalúrgicos, pois dificilmente o coeficiente eleitoral é atingido por uma chapa solo.

E o destino do PT? Será acabar de vez? Será continuar pequeno? Isso só acontecerá se as pessoas que acreditaram na proposta de crescimento do partido abandonarem o barco, o que não pode acontecer. De minha parte o projeto continua: fazer o PT catalano grande. Não me desfilarei nem apoiarei candidato do PMDB ou do PSDB. Ainda acredito que é possível oferecer uma opção à população catalana encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, se não deu para ser agora é porque não era para ser, mas esse momento ainda vai chegar e quero estar no PT para participar ativamente dele.

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Roberto Tavares
Técnico Administrativo em Educação da Universidade Federal de Goiás - Campus Catalão
Candidato a Vereador pelo PT, atualmente sem registro de candidatura