Tempos atrás a progressiva cidade de Catalão foi palco de uma curiosa eleição. De um lado estava Haley Margon, ex-prefeito da cidade, político influente no estado, ex-deputado federal, ex-secretário estadual, muito bem avaliado pela população e do outro lado estava Eurípedes Pereira, deputado estadual no primeiro mandato, ex-prefeito do minúsculo municipio de Três Ranchos, pessoa extremamente carismática, mas sem experiencia administrativa que o qualificasse a disputar a prefeitura de Catalão (na cabeça dos adversários, é claro). Veio a eleição, que desde o começo estava ganha para o Haley, mas ao contar os votos qual não foi a surpresa ao se constatar a vitória do "Euripão". Explicações pipocaram daqui e dali, mas a mais consistente foi a de que a população não suportou a arrogancia de Haley, que como um trator atropelou Jardel Sebba (o candidato natural) e se impôs para disputar a eleição (pois sua vitória era dada como certa)...
Alguns anos depois... Maguito Vilela era o Governador de Goiás e
vinha fazendo uma administração muito bem avaliada, mas aí veio o
senador Iris Rezende, o mais forte político goiano até então e exigiu
ser o candidato a Governador, pois as pesquisas indicavam vantagem de
mais de 80 pontos percentuais sobre o jovem Marconi Perillo, um pobre
coitado que se atreveu a desafiar o brande político goiano. Marconi
tinha apenas 2% das intenções de voto quando a eleição começou e o
desfecho todos nós sabemos qual foi...
Porque estou lembrando desses dois fatos? Para dizer que a história
está se repetindo em Catalão: a arrogancia do candidato que se julga
imbatível, tratorando o atual ocupante do cargo; o desprezo pelo
candidato que inicia a campanha com pouco mais de 10% das intenções de
voto... A história não é um raio que não cai duas vezes no mesmo lugar, é
sim um processo que se reinventa e se repete, na maioria das vezes com
atores diferentes, mas sempre com causas parecidas...
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