Por: Ronaldo da Silva
O TRANSTORNO BIPOLAR (PMDB X PSDB) NA POLÍTICA EM CATALÃO E A CONSTRUÇÃO DA TERCEIRA VIA (PT) PARA 2012
A disputa política bipolarazida em Catalão entre os partidos PMDB e PSDB afeta a tudo e a todos. Lembra a Guerra Fria entre EUA e a URSS. Toda a vida política catalana, personagens, empresas, instituições públicas, entretenimento (CRAC), vida religiosa e cultural (a Festa de Nossa Senhora do Rosário), funcionários públicos municipais e estaduais entre outras esferas da vida catalana são sugadas pela animada, mas, muitas vezes insana disputa entre essas duas forças políticas. A (micro)região do sudeste goiano, isto é, seus outros 10 municípios também não escampam a essas forças gravitacionais em conflito. No centro dessa disputa estão os personagens Adib Elias e Jardel Sebba. Ambos são médicos, políticos bem sucedidos, influentes na escala do poder estadual goiano, bons de discurso, prosa e retórica, são sedutores e tem serviços prestados à Catalão e região.
Recuperemos alguns lances desta história para os recém-chegados em Catalão ou mesmo para jovens catalanos que em 2012 votarão pela primeira vez. Em 1996, Jardel Sebba, presidente municipal do PMDB, pretendia ser o candidato do partido à prefeitura de Catalão. Foi preterido e mudou de lado para apoiar o então candidato Eurípedes Pereira e com ele derrotou o PMDB. Em 1998 foi candidato à deputado estadual junto com Adib Elias, ambos tiveram o apoio do candidato derrotado ao governo de Goiás Iris Resende (PMDB). Ambos foram eleitos. Jardel passou a apoiar o então governador eleito Marconi Perillo (PSDB) e Adib Elias tornou-se um dos mais combativos deputados da oposição ao governo. Adib Elias sagrou-se prefeito de Catalão em 2000, reelegeu-se em 2004 derrotando Jardel Sebba e, novamente em 2008, como fiador do atual prefeito Velomar Rios derrotou o então deputado. Este por sua vez tem confirmado expressivas votações para deputado estadual em todas as eleições disputadas e teve seu momento de alegria (penso eu) com a derrota da esposa de Adib Elias, Senhora Adriate Elias, em seu pleito para a Assembleia legislativa em 2010.
Essa disputa pode ter traços sociológicos e psicológicos que data das décadas de 1960 e 1970. Naquele tempo Jardel e Adib foram crianças e jovens em uma cidade com menos de 35 mil habitantes. Uma parcela significativa vivia no campo. A elite política e econômica da cidade era composta por poucas famílias que se conheciam e conviviam juntos. Esse seleto grupo social, classe social ou simplesmente aristocracia como preferem alguns era composto por fazendeiros, comerciantes e alguns médicos. Em 2011, graças à agricultura moderna, à atividade mineradora, à fabricação de veículos automotores e máquinas agrícolas, à duas instituições de ensino superior e a uma vida comercial dinâmica, há um operariado grande e consolidado, uma classe média mais esclarecida e uma elite mais cosmopolita, que não cabe no quintal de uma ou poucas casas como na década de 1970. Vivemos hoje uma outra paisagem social e econômica. A nova classe média e a nova elite viaja muito, o mundo todo, é urbana (mesmo os sojiculutores), está na internet, facebook, tem formação superior e pós-graduação, é bastante ilustrada. A velha elite catalana das décadas de 1970 ou o que sobrou dela, pois, parte dela desapareceu ou sofreu um esgarçamento graças à modernização capitalista da cidade, se envolve passionalmente na disputa entre Jardel e Adib. Afinal estes homens de hoje foram aqueles meninos de ontem que brincavam no quintal desse seleto “reduto social”
Novos ventos! Boa parte dos trabalhadores de Catalão, da classe média esclarecida e mesmo dessa elite mais cosmopolita pode estar olhando para o futuro cansada da bipolarização entre Adib e Jardel. O PT está apresentando as pré candidaturas dos empresários Álvaro Barbosa da Aducat, Jorcé Silveirio da Parati Autopeças e do intelectual Fernando Safatle à prefeitura de Catalão. O PT é o maior partido do Brasil, é o partido de Lula e Dilma, tem grande tempo de televisão, é bem visto e bem quisto pelo povo. Se o PT criar um projeto que combine investimentos privados e públicos, transparência administrativa e foco em bons projetos sociais é possível se apresentar ao povo de Catalão contra essa cansativa e já destrutiva bipolarização.
A sociedade Catalana acompanhou nos anos de 2010 – 11 a intensa troca de acusações entre PMDB e PSDB envolvendo a Suzuki. Há vários anos a disputa insana entre essas forças e seus dois personagens principais sequestrou dois grandes ícones da cultura e da alegria na cidade. Há muito tempo os prefeitos do PMDB dá as cartas no time de futebol da cidade abrigando lá na diretoria apaniguados políticos pagos na prática com dinheiro público. Os resultados não tem sido auspiciosos! A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário tem estado sob influência do PSDB tornou-se palco de disputa entre as duas forças como se viu em 2011. Isto tem comprometido a beleza da maior festa cultural e religiosa da região e uma das maiores do Estado. Como se vê até mesmo a alegria, a cultura e o entretenimento estão sob ameaças das disputas políticas pouco republicanas em Catalão. Imaginem então os riscos aos investimentos, à transparência, às instituições e à tranquilidade pública!
Os desafios do PT, de empresários, de trabalhadores, dos intelectuais, da classe média, dos excluídos e dos não interessados na disputa partidária e pessoal entre PMDB e PSDB tem um longo caminho para construir uma candidatura viável e interessante para o povo de Catalão. O PT e o PMDB são aliados no governo Dilma e também em Catalão. Com o seu tempo de televisão e seus valiosos quadros, o PT será assediado pelas duas forças em disputa. Será o PT capaz de livrar-se do assédio, das vantagens desses convites e propor um projeto para Catalão? Quem viver verá! Será eletrizante cada desdobramento da eleição municipal de 2012 em Catalão!
* Doutor em Geografia pela UFU e professor do Depto de Geografia da UFG – ronaldogeografia@yahoo.com.br, facebook – geografiaufgcatalao
O TRANSTORNO BIPOLAR (PMDB X PSDB) NA POLÍTICA EM CATALÃO E A CONSTRUÇÃO DA TERCEIRA VIA (PT) PARA 2012
A disputa política bipolarazida em Catalão entre os partidos PMDB e PSDB afeta a tudo e a todos. Lembra a Guerra Fria entre EUA e a URSS. Toda a vida política catalana, personagens, empresas, instituições públicas, entretenimento (CRAC), vida religiosa e cultural (a Festa de Nossa Senhora do Rosário), funcionários públicos municipais e estaduais entre outras esferas da vida catalana são sugadas pela animada, mas, muitas vezes insana disputa entre essas duas forças políticas. A (micro)região do sudeste goiano, isto é, seus outros 10 municípios também não escampam a essas forças gravitacionais em conflito. No centro dessa disputa estão os personagens Adib Elias e Jardel Sebba. Ambos são médicos, políticos bem sucedidos, influentes na escala do poder estadual goiano, bons de discurso, prosa e retórica, são sedutores e tem serviços prestados à Catalão e região.
Recuperemos alguns lances desta história para os recém-chegados em Catalão ou mesmo para jovens catalanos que em 2012 votarão pela primeira vez. Em 1996, Jardel Sebba, presidente municipal do PMDB, pretendia ser o candidato do partido à prefeitura de Catalão. Foi preterido e mudou de lado para apoiar o então candidato Eurípedes Pereira e com ele derrotou o PMDB. Em 1998 foi candidato à deputado estadual junto com Adib Elias, ambos tiveram o apoio do candidato derrotado ao governo de Goiás Iris Resende (PMDB). Ambos foram eleitos. Jardel passou a apoiar o então governador eleito Marconi Perillo (PSDB) e Adib Elias tornou-se um dos mais combativos deputados da oposição ao governo. Adib Elias sagrou-se prefeito de Catalão em 2000, reelegeu-se em 2004 derrotando Jardel Sebba e, novamente em 2008, como fiador do atual prefeito Velomar Rios derrotou o então deputado. Este por sua vez tem confirmado expressivas votações para deputado estadual em todas as eleições disputadas e teve seu momento de alegria (penso eu) com a derrota da esposa de Adib Elias, Senhora Adriate Elias, em seu pleito para a Assembleia legislativa em 2010.
Essa disputa pode ter traços sociológicos e psicológicos que data das décadas de 1960 e 1970. Naquele tempo Jardel e Adib foram crianças e jovens em uma cidade com menos de 35 mil habitantes. Uma parcela significativa vivia no campo. A elite política e econômica da cidade era composta por poucas famílias que se conheciam e conviviam juntos. Esse seleto grupo social, classe social ou simplesmente aristocracia como preferem alguns era composto por fazendeiros, comerciantes e alguns médicos. Em 2011, graças à agricultura moderna, à atividade mineradora, à fabricação de veículos automotores e máquinas agrícolas, à duas instituições de ensino superior e a uma vida comercial dinâmica, há um operariado grande e consolidado, uma classe média mais esclarecida e uma elite mais cosmopolita, que não cabe no quintal de uma ou poucas casas como na década de 1970. Vivemos hoje uma outra paisagem social e econômica. A nova classe média e a nova elite viaja muito, o mundo todo, é urbana (mesmo os sojiculutores), está na internet, facebook, tem formação superior e pós-graduação, é bastante ilustrada. A velha elite catalana das décadas de 1970 ou o que sobrou dela, pois, parte dela desapareceu ou sofreu um esgarçamento graças à modernização capitalista da cidade, se envolve passionalmente na disputa entre Jardel e Adib. Afinal estes homens de hoje foram aqueles meninos de ontem que brincavam no quintal desse seleto “reduto social”
Novos ventos! Boa parte dos trabalhadores de Catalão, da classe média esclarecida e mesmo dessa elite mais cosmopolita pode estar olhando para o futuro cansada da bipolarização entre Adib e Jardel. O PT está apresentando as pré candidaturas dos empresários Álvaro Barbosa da Aducat, Jorcé Silveirio da Parati Autopeças e do intelectual Fernando Safatle à prefeitura de Catalão. O PT é o maior partido do Brasil, é o partido de Lula e Dilma, tem grande tempo de televisão, é bem visto e bem quisto pelo povo. Se o PT criar um projeto que combine investimentos privados e públicos, transparência administrativa e foco em bons projetos sociais é possível se apresentar ao povo de Catalão contra essa cansativa e já destrutiva bipolarização.
A sociedade Catalana acompanhou nos anos de 2010 – 11 a intensa troca de acusações entre PMDB e PSDB envolvendo a Suzuki. Há vários anos a disputa insana entre essas forças e seus dois personagens principais sequestrou dois grandes ícones da cultura e da alegria na cidade. Há muito tempo os prefeitos do PMDB dá as cartas no time de futebol da cidade abrigando lá na diretoria apaniguados políticos pagos na prática com dinheiro público. Os resultados não tem sido auspiciosos! A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário tem estado sob influência do PSDB tornou-se palco de disputa entre as duas forças como se viu em 2011. Isto tem comprometido a beleza da maior festa cultural e religiosa da região e uma das maiores do Estado. Como se vê até mesmo a alegria, a cultura e o entretenimento estão sob ameaças das disputas políticas pouco republicanas em Catalão. Imaginem então os riscos aos investimentos, à transparência, às instituições e à tranquilidade pública!
Os desafios do PT, de empresários, de trabalhadores, dos intelectuais, da classe média, dos excluídos e dos não interessados na disputa partidária e pessoal entre PMDB e PSDB tem um longo caminho para construir uma candidatura viável e interessante para o povo de Catalão. O PT e o PMDB são aliados no governo Dilma e também em Catalão. Com o seu tempo de televisão e seus valiosos quadros, o PT será assediado pelas duas forças em disputa. Será o PT capaz de livrar-se do assédio, das vantagens desses convites e propor um projeto para Catalão? Quem viver verá! Será eletrizante cada desdobramento da eleição municipal de 2012 em Catalão!
* Doutor em Geografia pela UFU e professor do Depto de Geografia da UFG – ronaldogeografia@yahoo.com.br, facebook – geografiaufgcatalao
O tabuleiro começa a mexer.
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